Mas será que, em cada um de nós, habita uma alma que já viveu outras vidas, em diferentes tempos da história? É uma ideia fascinante, e inúmeras pessoas acreditam nela – até mesmo o Dalai Lama (ele acredita ser a décima quarta reencarnação de um mestre budista).
Como você pode imaginar, provar cientificamente que uma pessoa já viveu antes não é uma tarefa muito fácil. Boas evidências podem ser fatos que uma pessoa sabe sobre a sua possível encarnação passada que ninguém mais saberia. Melhor ainda seria ter uma informação que ajuda a resolver desaparecimentos. Por exemplo, se sua encarnação passada fosse a da princesa russa Anastácio e se você soubesse qual foi o destino que encontrou na outra vida, o mistério estaria resolvido.
Mas, mesmo que várias pessoas acreditem em reencarnação, pouquíssimos afirmam se recordar de um fato de sua vida passada. Normalmente, essas memórias surgem quando se usa uma técnica controversa (e bastante desacreditada) chamada “regressão hipnótica”. Pelo menos é como se deu o caso “mais famoso” deste tipo.
Virgínia Tighe, do Colorado (EUA), em 1952, passou por uma sessão de hipnose amadora. Sob hipnose, ela adquiriu um sotaque irlandês e relatou sua vida como Bridey Murphy, uma mulher que viveu na Irlanda, em Cork. Ela relatou fatos como seu casamento, seu nascimento em 20 de Dezembro de 1789 e sua morte em 1864.
Tighe nunca fora à Irlanda – e contou detalhes que lhe seriam desconhecidos sobre o lugar e sobre os costumes do povo, que só lhe seriam conhecidos se ela realmente tivesse vivido naquela época. Até aí a história parece convincente. Mas logo ela começa a desmoronar.
O fenómeno “Bridey Murphy” se tornou um sucesso mundial e até mesmo foram escritos bestsellers sobre o assunto.
Jornalistas, então, descobriram que não havia registos de ninguém chamado Bridey Murphy nascido naquela região e nas datas fornecidas por Tighe. Mais tarde foi descoberto que, embora nunca tenha conhecido a Irlanda, Virginia teve contato seguido durante a infância com uma pessoa desta nacionalidade.
Poucas pessoas pensam que Tighe causou todo esse escândalo sobre sua “vida passada” de má-fé. Acredita-se que ela foi realmente hipnotizada, mas, ao invés de relatar sua vida passada, seu subconscientes misturou algumas histórias e criou, baseado em memórias de infância, a vida de Bridey Murphy.
Décadas de estudos psicológicos mostraram que pessoas sob hipnose conseguem criar histórias extremamente detalhadas e convincentes – mesmo que tratem de experiências que nunca vivenciaram. E as pessoas podem até mesmo acreditar nessas visões, com a ajuda de psicólogos mal-informados.
A Reencarnação e a Igreja
Orígenes, sábio cristão e mestre da igreja, ensinava que "todas as almas chegam a este mundo fortalecidas pelas vitórias ou debilitadas pelas derrotas de uma vida regressa.
O seu lugar neste planeta é determinado por seus méritos ou de méritos do passado". Essa assertiva do sábio Orígenes traduz sua ampla confissão da sua crença viva na reencarnação da alma.
São Clemente, de Alexandria, era adepto fervoroso da teoria da reencarnação e isso pode ser facilmente encontrado em muitos de seus escritos.
Em favor da teoria reencarnacionista, São Gregório, Bispo de Missa, afirmou que "a alma precisa purificar-se e isso não acontecendo durante a vida na Terra, deve ser realizado em outras vidas futuras".
Santo Agostinho, no seu livro Confissões, chegou a interpelar a si mesmo: "não vivi em outro corpo antes de entrar no ventre de minha mãe?" Eis aqui provada, por sua própria confissão, a crença de Santo Agostinho na sua própria reencarnação.Somente em 553, durante o Concílio de Constantinopla, graças às artimanhas da imperatriz Theodora, que exerceu forte influência em seu esposo - o Imperador Justiniano -, é que a reencarnação tornou-se heresia e seus adeptos passaram a ser perseguidos. Apesar disso e das perseguições que se seguiram aos então considerados "hereges", muitos doutores da igreja continuaram acreditando e divulgando os legítimos princípios da reencarnação. Em nossos dias, no seio da igreja contemporânea, cultos sacerdotes, em carácter sigiloso, continuam aceitando a tese reencarnacionista. Conheci o prezado e saudoso padre Gregório. Cheguei a dialogar com o mesmo e confessou-me ele que aceitava a reencarnação do espírito e, para minha maior alegria, tirou do bolso de sua batina e mostrou-me uma foto do nosso Chico Xavier. Sim, meus amigos, o espiritismo tem como pedra angular a reencarnação que, racionalmente, explica todos os meandros da evolução do espírito.
Bons pesadelos...



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